O cenário da segurança hídrica no Ceará não é dos melhores. Mesmo com a confirmação do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) de que o Estado terá, até o fim do ano, um novo repasse de R$ 15 milhões para o Cinturão das Águas, as obras do equipamento só deverão ser concluídas daqui a seis anos. Isso, no entanto, só deverá acontecer se o Governo Federal mantiver os valores em um patamar próximo a R$ 100 milhões por ano, algo que não acontecerá em 2019, segundo dados do próprio MDR. A previsão é de Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará. "A gente já recebeu R$ 52,2 milhões para as obras do Cinturão das Águas, e o Ministério tem a previsão de mandar mais R$ 15 milhões até o fim ano. Com essa verba, nós terminamos de quitar as dívidas, e estamos caminhando para concluir mais dois lotes, o 1 e o 2. Já concluímos o 5 e, com esse dinheiro, poderemos ter três concluídos", disse Francisco Teixeira.
Com a chegada dos novos recursos, a previsão é entregar os lotes 1 e 2 do Cinturão até o fim do primeiro trimestre de 2020, em março. A conclusão dessas duas etapas possibilitaria, segundo Teixeira, que o fluxo de água que passar pelo equipamento chegue ao Açude Castanhão, levando os recursos hídricos até Fortaleza. "Temos cerca de R$ 7 milhões de dívidas no lote 3, com as obras andando muito lentamente, e, no 4, que está parado, temos apenas 4% ou 5% concluídos. Finalizar os lotes 1 e 2 nos daria 80 quilômetros disponíveis, mas ter os 150 quilômetros seria o ideal", afirmou o secretário.
Necessidade
Teixeira disse ainda que seria necessário investir R$ 600 milhões no Cinturão das Águas. Caso a União decida repassar R$ 200 milhões em 2020, o secretário projetou que seria possível dar continuidade às obras do lote 3 de forma tranquila. Contudo, se a União mantiver o mesmo patamar de valores destinados à obra abaixo de R$ 100 milhões, como será em 2019, o Cinturão das Águas só deverá ser concluído em 2025. "Se viesse R$ 200 milhões em 2020 poderíamos tocar as obras dos lotes 3 e 4, mas se vier em igual patamar de 2019 vamos poder tocar apenas o 3, mas de forma mais lenta. Se vier R$ 100 milhões, daria para o lote 3 andar bem, ainda é incerto", disse Teixeira. "É complicado, a gente já investiu, entre recursos do Estado e União, R$ 1,280 bilhão, mas a gente teria de investir ainda R$ 600 milhões para concluir tudo. Mas se ficar vindo sempre R$ 100 milhões por ano, são mais 6 anos para frente para terminarmos o Cinturão", completou.
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