Quando o aprendizado passou a ser realizado de forma remota por causa da pandemia da Covid-19, antigas marcas da desigualdade social ganharam dimensão entre 94.204 crianças e adolescentes cearenses, de seis a 17 anos, que não tiveram acesso a atividades remotas.
Matriculado em escolas públicas do Ceará, esse contingente não teve acesso a aulas e exercícios no mês de julho, excluindo aqueles de férias, como revelam dados filtrados pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e pela Rede de Pesquisa Solidária, com base no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Imagina que são estudantes de várias classes sociais que estão numa corrida para chegar numa situação de vida melhor. O fato de você nascer numa família rica já te dá 100 metros de vantagem. Estudar numa escola particular, mais 100 metros. Aí vem a pandemia, e o fato de não ter internet e as políticas de Educação não responderem direito dão metros de vantagens para os mais ricos. É o que a gente chama de desvantagens cumulativas", associa Ian Prates, sociólogo responsável pelo levantamento.
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